quinta-feira, 24 de março de 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

Confusão que dá

O uso do "por que", "por quê", "porque" ou "porquê" sempre deixou muitas dúvidas. Seguem abaixo breves explicações de cada um:


POR QUE
- Junção da preposição POR + pronome interrogativo ou indefinido QUE (“por qual razão” ou “por qual motivo”):
Por que você não quer ir comigo?
     Dica: Coloque a palavra "motivo" após "por que". Se der certo, use separado e sem acento:
      Por que (motivo) você não quer ir comigo?
- Junção da preposição POR + pronome relativo QUE ("pelo qual", podendo ter flexões pela qual, pelos quais, pelas quais):
Aquele é o quadro por que ela se apaixonou.
     Dica: Troque "por que" por "pelo qual", "pela qual", "pelos quais" ou "pelas quais":
      Aquele é o quadro pelo qual ela se apaixonou.

POR QUÊ
- Continua com o significado de "por qual razão", "por qual motivo", mas vem em final de frase:
Você foi ao shopping? Por quê?

PORQUE
- Conjunção explicativa ou causal:
Não vou sair porque está chovendo.

PORQUÊ
- Substantivo com significado de "o motivo", "a razão", precedido de artigo, pronome, adjetivo ou numeral:
Eu ainda não entendi o porquê de tanta revolta.
     Dica: Troque "porquê" por "motivo":
      Eu ainda não entendi o motivo de tanta revolta.

terça-feira, 22 de março de 2011

A vírgula




Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

 
Ela pode sumir com seu dinheiro...
23,4.
2,34.

 
Pode criar heróis...
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

 
Ela pode ser a solução...
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

 
A vírgula muda uma opinião...
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

 
A vírgula pode condenar ou salvar...
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

 
Uma vírgula muda tudo.


PS: Como dizia nossa Prof. Edna, o uso da vírgula não tem a ver com respiração, e sim, com intenção.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Shakira e suas identidades


Gosto demais da Shakira desde sua primeira música lançada, Estoy Aqui. Recordo até hoje que liguei para a rádio pedindo que a tocassem e toda a preparação em casa com a fita cassete para gravá-la.  Ouvia centenas de vezes seguidas...

Sábado, dia 19/03, fui assitir ao show dela no Morumbi, em São Paulo. Fiquei triste porque essa não foi uma das canções do repertório, mesmo com uma multidão gritando pedindo que ela a cantasse. Na verdade, poucas músicas dos seus dois primeiros álbuns, que eu sabia as letras de cor e salteado, foram tocadas. Sim, é fato que a Shakira continua dona daquela voz linda que me conquistou há muitos anos, mas a letra de Loca é rápida demais e não parece conter tanta poesia como era com Antologia, por exemplo. Quando eu a vejo com pouca roupa em clipes, mesmo que ainda não a considere plenamente vulgar ou que suas músicas novas sejam desprovidas de conteúdo (Tá, confesso que penso sim isso de algumas!), vem logo a minha cabeça: cadê aquela Shakira que eu gostava tanto?
          Pensando sobre essas coisas todas e sobre minhas aulas de Estudos Culturais, tento fazer um paralelo. Temos visto em sala de aula que o ser humano antes era visto como um ser unificado e centrado,  e depois passa a ser visto como alguém que possui uma essência mas cuja formação dependia do dialógo com o mundo e as identidades que ele oferece. Atualmente, no mundo pós-moderno, não se vê mais o ser humano de forma estável, e sim, um sujeito fragmentado, que possui não apenas uma, mas várias identidades, muitas vezes até contraditórias. Eis um outro sentido para a expressão  ‘sem cárater’: sem uma única característica. O prof. Daniel ilustrou muito bem quando nos disse: “Por que muitas vezes conhecemos alguém que é super bonzinho no trabalho com os colegas e, em casa, apenas briga com a família?”
          Talvez esteja aí uma simples explicação sobre o que penso da Shakira: sim, ela continua a mesma artista que sempre gostei. Apenas revelou uma de suas identidades, seja por questões de mercado ou por qualquer outra explicação. E é bacana refletir sobre isso tudo e ao final chegar à conclusão que: Gosto dela, como sempre gostei, mesmo que alguns aspectos goste menos, mas é a Shakira.
          E para os que também não gostam muito das músicas mais agitadas, deem uma conferida na canção Gitana. O trecho que mais gosto diz: Sigo siendo aprendiz en cada beso y con cada cicatriz. Algo pude entender: de tanto que tropiezo ya sé como caer”. Letra linda demais. E sim, de composição dela mesmo, Shakira Mebarak.

Sintaxe à vontade

        A ideia pro nome do blog surgiu graças a minha querida amiga da faculdade, a Gabi, que já foi a twenty-two, a sixteen e agora é minha fourteen linda. Um dia desses, ela mandou um e-mail com uma letra do Teatro Mágico com o simples desejo de nos dar ânimo (este semestre está bem complicado). 
        Cursamos o o 3o. semestre de Letras - Tradutor e Intérprete na Universidade Metodista em São Bernardo. Pretendo aqui, de forma humilde, dividir um pouco do tanto que tenho aprendido e quero também aprender, afinal, conhecimento é sempre uma troca.
        Inauguro o blog com essa bela música e que demonstra um pouco a paixão que em mim cresce a cada dia pelas letras, palavras, sons, cores, sentidos... 




Sintaxe À Vontade 
O Teatro Mágico

"Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
Bem vindo ao teatro mágico!
sintaxe a vontade..."

Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto ou indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas pode ser aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua prece
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
é muitas vezes, encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...

tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?